sábado, 31 de dezembro de 2016

O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA (2015-2016)

O Espetacular Homem-Aranha: o mais novo título do novo universo da Marvel Comics, agora esta sendo lançada no Brasil

Por: Kauê Medeiros Gravel


(Capas de O Espetacular Homem-Aranha n°1, que segue o estilo de TDK III de capas variantes, publicado recentemente em uma edição que reúne as primeiras aventuras do aracnídeo)

Após o termino de Guerras Secretas (saga cuja qual tem resenha aqui no blog, dê uma olhada), o Universo Marvel nos quadrinhos foi completamente reformulado e muitos personagens sofreram mudanças drásticas e polêmicas, mas com certeza nenhum conseguiu superar a grande repercussão das mudanças que o amigo da vizinhança sofreu, agora que ele é o novo milionário do pedaço.


(Novo visual do aranha por Alex Ross, altamente tecnológico como podem ver)


(Cena em que mostra Peter Parker como um legitimo dono de negócios apresentando o edifício Baxter "Sob nova direção")

Escrita por Dan Slott (Os últimos dias de Miss Marvel, O espetacular Homem-Aranha: renove seus votos) que é considerado por muitos o melhor escritor do personagem, e desenhada pelo excelentíssimo Giuseppe Camuncolli (Hellblazer: Índia, Superior Homem-Aranha, Wolverine Sombrio), esta nova fase do Aranha se passa oito meses após os eventos de Guerras Secretas, as indústrias Parker (criadas durante os eventos de Superior Spider-Man para quem não acompanhou as mensais da Nova Marvel) agora são globalizadas e conseguiram conquistar seu espaço no mercado após o lançamento da tecnologia de comunicação: Webware. Peter Parker agora conta com uma equipe altamente capacitada e equipamentos tecnológicos de ponta, sem contar que agora ele trabalha para a SHIELD, juntamente com a Harpia, para manter a paz e a ordem mundial. Após a organização terrorista: Zodíaco, atacar diversas instalações das Industrias Parker, roubar e conseguir acesso a diversos dados importantes, Homem-Aranha, Harpia e SHIELD se unem para deter esta ameaça.


(Capa de O Espetacular Homem-Aranha #05)

É difícil ainda tirar alguma conclusão desta nova fase do Aranha, porém o que podemos perceber, é que o roteiro foi escrito de forma direta e objetiva, porém sem perder a qualidade por Dan Slott, que não deixa a menor sombra de dúvidas do porque ele é considerado (por muitos) o melhor escritor do personagem, sem contar com os desenhos de traços fortes e ousados de Giuseppe Camuncolli,  que se encaixam de uma forma realmente incrível com a narrativa, com cenas de ação estonteantes de tirar o folego, aliás ação é o que não falta nesta HQ. As mudanças em torno do personagem que podem deixar muitos fãs do Aranha incomodados, como por exemplo todas as aparelhagens que o herói usa para combater o crime, ou então o pobretão do Peter Parker ter se tornado o mais novo milionário deste novo universo Marvel, entretanto, podemos encarar esta mudança como uma evolução do personagem, considerando seu nível de intelecto, talvez fosse apenas questão de tempo para que estas mudanças ocorressem.


(O controverso Aranhamóvel que até se mostrou bastante útil nas edições em que ele apareceu)

O espetacular Homem-Aranha da nova fase da Marvel, foi lançada em dezembro de 2015 nos EUA, e lançada recentemente aqui no Brasil em uma edição especial desta nova fase publicada pela Panini Comics, e que pode ser encontrado facilmente em qualquer banca do país ou então na internet.



(Imagem que aparece logo no inicio da primeira mini-série desta nova fase do Aranha: Graça Maravilhosa, e acho que esta imagem cabe bem ao espirito de final de ano)

Bom, considerando que esta é a última resenha de HQs Maniacs de 2016, gostaria de deixar aos leitores meus sinceros votos de Feliz Natal, Feliz Ano Novo e muitas HQs. 2017 vem ai com muito mais novidades no HQs Maniacs, e no mundo dos quadrinhos também, fiquem ligados e tenham boas festas galera.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

GUERRAS SECRETAS (2015-2016)

Guerras Secretas: a saga que mudou todo o Universo Marvel...

Por: Kauê Medeiros Gravel



(Capa da primeira edição de Secret Wars)

Guerras Secretas a grande mega-saga que praticamente marcou o fim de todo o universo Marvel nos quadrinhos, acaba de terminar aqui no Brasil com a edição #09 sendo lançada recentemente. Esta mega-saga leva o nome da primeira grande história que uniu todos os grandes heróis da editora em 1984, para lutarem em um mundo bélico contra vários dos grandes vilões deste universo, criado por um ser onipotente chamado: Beyonder (que mais tarde iriamos descobrir que não era apenas um ser onipotente, mas vários deles), chamado de: Mundo de Batalha, a premissa da série era impulsionar a venda de bonecos de ação da saga feitos pela Mattel (reparem que em praticamente todas as capas variantes desta saga possui uma foto de um boneco correto? Podemos chamar isso de Fã Service), mas acabou ofuscando a linha de bonecos pela ideia ousada de reunir tantos heróis numa mesma revista, e acabou sendo um marco por causa disto, ela ganhou uma continuação em 1989, entretanto devido a narrativa fraquíssima e poucas vendas, quase nunca é lembrada, e agora em 2016 vemos novamente Deus Destino em ação neste remake.


(Deus Destino sentado em seu trono composto pela Ygdrasil, acompanhado de sua esposa Sue Storm)

Escrita por Jonathan Hickman (Novos Vingadores (2013) e Infinito (2014)) e desenhada de forma realmente extraordinária pelo excelentíssimo Esad Rabic (Thor: o deus do trovão (2013) e Loki (2005)), a história é uma predecessora da saga: O Tempo se esgota, aonde mostra os Illuminati (história mostrada em Novos Vingadores), tentando salvar a terra das assim chamadas: Incursões, usando métodos muito contraditórios o que acarreta em eles sendo rejeitados por todos os seus amigos por tentar impedir as incursões. Porém, apesar de tudo, os universos 616 e o universo Ultimate estão prestes a se chocar, terminando assim com toda a vida no universo, enquanto isso, Doutor Destino, Doutor Estranho e Homem-Molecular, se encontram com os Beyonders para roubar seus poderes e tentar assim salvar o universo. Sthepen Strange recua quando viu a responsabilidade que iria recair sobre seus ombros caso ele pegasse para si o poder dos Beyonders e então Destino adquiri este poder e se torna: Deus Destino.


(O encontro de Destino com os Beyonders aonde eles debatem a existência de todo o universo e após um incidente totalmente planejado, Destino rouba os poderes dos Beyonders para salvar os universos)

Oito anos se passaram, Destino e Strange, colocaram em apenas um mundo, todos os pedaços que conseguiram salvar do Multiverso e são os únicos que se lembram dos eventos antes do Mundo de Batalha, após descobrirem uma espécie de Boia salva vidas com toda a cabala dentro (Thanos, Namor, Próxima Meia-Noite, Teraxx, Cisne Negro, Maximus, Corvus Glaive e o Criador (Reed Richards do universo ultimate)) e o Homem-Aranha do universo ultimate de penetra, Doutor Estranho se lembra que eles conseguiram achar uma  outra boia, desta vez contendo heróis (Reed Richards, Pantera Negra, Homem-Aranha, Ciclope possuído pela Fênix, Senhor das Estrelas, Capitã Marvel e a Thor) e então que toda a trama se desenrola, após uma ferrenha batalha contra a Cabala, eles se separam graças ao Doutor Estranho que estava tentando salva-los da ira de Destino, e são distribuídos por todo o globo, o que acaba enfraquecendo ainda mais todo o controle de Destino sobre o mundo, levando a épica batalha final.


(Cena da grande batalha épica que cerca as duas ultimas edições)

Guerras Secretas também possui diversos Spin-Offs aonde grandes sagas de todo este universo são adaptadas para o conceito da saga, o que amplia ainda mais a grandiosidade dela, muitas são dispensáveis como: Salve Hydra e Guerras Secretas de Deadpool, que são feitas apenas com o intuito de vender revistas e altamente vergonhosas se tratando da grandiosidade da história, entretanto tem algumas HQs que realmente valem a pena ler, como: Velho Logan, Thors, Guerra Civil, Inferno e entre outras.


(Acima temos as capas alternativas da primeira edição da dispensável: Salve Hidra)


(Acima temos as capas do que pode ser dito facilmente como o melhor Spin Off da saga: Velho Logan, sendo que em muitos momentos, supera a própria saga regular)

Considerando o peso da saga para o universo Marvel, por sua complexidade trabalhada arduamente nas sete primeiras edições, Guerras Secretas acaba de uma maneira realmente decepcionante, que pode desapontar á muitos. Para uma saga que marcou o final do universo Marvel como conhecemos, e uma reformulação inegavelmente interessante, ela não transparece a importância que ela tem para todas as histórias predecessoras da saga, se tornando apenas mais uma saga dentre tantas, o que é realmente uma infelicidade, pois ela tinha tudo para se tornar uma das melhores sagas deste Século. Entretanto os desenhos de Esad Rabic são realmente dignos de nota, apesar de muitas vezes ficar evidente a falta de uma arte final em sua obra devido a trabalhar com muitos heróis de uma vez só, e o período entre as edições ser bem pequeno, não deixam de encher os olhos de quem lê e não decepciona em nenhum momento, ouso dizer que muitas vezes chega a grandiosidade da obra do excelentíssimo Alex Ross. Não podemos deixar de comentar que nas páginas finais da saga, eles fazem uma linda homenagem para o Quarteto Fantástico, e devido a história ter acabado de uma forma decepcionante como já foi comentado acima, tudo isto pareceu mais como uma forma de homenagear o quarteto fantástico e marcar o fim da equipe.


(A conversa de Reed Richards com Sue Storm sobre o futuro da equipe, e que não deixa de ser uma excelente homenagem a equipe, se encontra nas ultimas paginas de Guerras Secretas 09)

Guerras Secretas nem de longe aparenta ser uma saga que irá marcar para sempre os fãs de quadrinhos e nem entrar no hall das melhores sagas trabalhadas neste século (infelizmente), entretanto é uma leitura obrigatória para quem quiser entender e acompanhar este universo Marvel pós guerras secretas, e compensa ter na coleção devido a excelente obra de Esad Rabic. Ainda se pode achar as últimas edições nas bancas.


(Capa Variante de Secret Wars feita pelo excelentíssimo Alex Ross)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

LOBO Versus PAPAI NOEL (1999)

Lobo Versus Papai Noel, mais uma HQ para entrar no clima natalino (ou quase isso)



(Capa do One-Shot, e pela capa já se percebe o conteúdo violento da história)

ALTAMENTE DESACONSELHÁVEL  PARA MENORES DE 18 ANOS


OK, os quadrinhos do Lobo não são exatamente famosos, e o personagem não chega a ser muito conhecido pela maioria além de discussões em redes sociais, entretanto ele é um bom personagem. Para nos situarmos um pouco mais sobre o personagem e a sua mitologia, Lobo foi criado por Keith Giffen e Roger Slifer em 1983, e apareceu pela primeira vez em Omega Men #3 em Junho de 1983, muito diferente de como é conhecido hoje em dia (e não estou falando do fiasco dos Novos 52). Lobo é um caçador de recompensas temido por toda a galáxia por causa de sua extrema violência e pavio curto, ele nasceu em um planeta chamado Czárnia, altamente pacifico e avançado cujo qual ele matou metade com suas próprias mãos, e a outra metade por um vírus, os únicos sobreviventes foram ele e a sua professora da quarta série (história contada no One-Shot: Lobo – o último czarniano), sem contar que ele já derrotou o Superman enquanto estava bêbado, e foi expulso tanto do Céu quanto do Inferno por não se encaixar em nenhum dos dois lugares do pós-vida, ganhando assim a imortalidade. Lobo possui muitas histórias que não chegam a ser dignas de premiações, entretanto divertem quem gosta de violência gratuita e enredos sádicos e bastante sangue, Lobo vs Papai Noel não foge à regra.


(Capa de Omega Men #03, revista aonde Lobo apareceu pela primeira vez, com um visual muito diferente do que é conhecido hoje, ele não havia matado seu planeta natal, porém ainda era o último da sua espécie, com seu temperamento muito parecido com o personagem retratado nos anos 90, ele não era tão sádico e não havia matado ninguém em suas primeiras aventuras)

Escrita por Keith Giffen (Liga da Justiça 3001), que fez os roteiros e rascunhou o grosso dos desenhos arte-finalizados por Simon Bisley (Hellblazer) e diálogos por conta de Alan Grant (um dos roteiristas da saga: A Queda do Morcego), o enredo é basicamente este: um casal ganha um livro que conta uma história de natal que promete resolver seus problemas, e a história contada é sobre o coelhinho da pascoa que vai atrás do maioral e o contrata para assassinar o bom velhinho (não tão bonzinho assim na HQ) com o pretexto de que o Natal está se tornando mais importante que os outros feriados, e o Papai Noel andava se gabando demais por ai por causa disto, e então Lobo vai ao encalço dele deixando um rastro de sangue de renas e duendes pelo caminho.


(Cena da luta entre o Papai Noel (ou como na história ele gosta de ser chamado: Kris "Esmagador" Kringle) e o Lobo, e só por esta imagem já se pode ter uma ídeia de quão pesada são as cenas desta HQ)

Com muita violência gratuita e grandes sacadas por conta dos diálogos de Alan Grant, Lobo vs Papai Noel não chega a ser bem uma das melhores HQs que alguém pode ler, o roteiro simplista a ponto de ser tosco de Giffen combinado com a finalização de arte do Bisley, funciona dentro do seu proposito que é divertir o leitor com uma história sádica mas ao mesmo tempo muito engraçada regrada a sangue e violência. Ela foi publicada no Brasil em meados de 1999, em uma edição especial de Natal e infelizmente não ganhou republicação pela Panini, portanto quem se interessar por esta obra irá ter que ou ler online ou procurar em sebos para achar.


(Mensagem do nosso querido Lobo para todos os leitores que comemoram o Natal)

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

BATMAN: NOEL

Batman: Noel, uma excelente leitura para entrar no clima de natal, e também para presentar um amante de quadrinhos



(Capa do encadernado publicado pela DC, no Brasil pela Panini Books)

Um conto de natal, criado por Charles Dickens em 1843, fez um estrondoso sucesso e é considerado um dos mais famosos contos natalinos já criados, ganhando diversas adaptações para diversas mídias, incluindo os quadrinhos, cujo qual já foi adaptada para diversos personagens, incluindo nosso querido homem morcego, não apenas em Batman: Noel, mas também em: Legends of the Dark Knight Halloween Special #03: Ghosts (que surpreendentemente não saiu no Natal, mas no dia das bruxas) escrita por Jeph Loeb e Tim Sale, a mesma equipe responsável por trazer aos fãs do homem morcego, duas das sagas mais memoráveis da mitologia do personagem: O longo dia das bruxas e Vitória Sombria. Esta história se passa em uma noite de vespera de Natal, em que Bruce Wayne recebe a visita dos três espiritos: o Espirito do Natal Passado, representado por Hera Venenosa, o Espirito do Natal Presente: representado pelo Coringa e o Espirito do Natal Futuro, representado por um cadavérico Batman, esta história chegou a ser considerada uma das mais belas adaptações do conto de Dickens. Batman: Noel não chega nem perto de conseguir este feito, mas ainda assim é uma excelente história.


(Algumas capas de adaptações nos quadrinhos para o conto de Charles Dickens, remodelado e contado ao longo dos anos)


(Capa de Legends of the Dark Knight Halloween Special #03: Ghosts, que foi considerado uma das mais belas adaptações do Conto de Natal de Dickens, publicado ironicamente no dia das bruxas)

Escrito e desenhado por Lee Bermejo (Coringa), e colorida por Barbara Ciardo (Superman: Terra um), reconta mais uma vez o Conto de Natal ambientado dentro da mitologia do homem morcego, em uma época posterior a morte de Jason Todd, nos mostrando um Batman amargurado (não tão amargurado como mostrado por Frank Miller em Cavaleiro das Trevas, ou em adaptações cinematográficas, mas chega bem perto), e mais uma vez a fuga do Coringa do Asilo Arkham (contada no encadernado Coringa, de Brian Azzarello e Lee Bermejo), a história se passa na véspera de Natal e o Coringa contrata um capanga, cujo qual leva o nome de Bob, para fazer uma troca em um beco, entretanto Batman intercepta esta troca, e Bob acaba perdendo o dinheiro do vilão, o nosso herói deixa o capanga ir embora para que ele se torne uma isca para prender o vilão, mesmo que todos que o conhecem ache isso um erro, pois colocar Bob como isca, seria colocar um alvo nas costas dele, e Bob tem um filho, cujos quais os atos descuidados do Batman, poderia torna-lo órfão, dentro destes eventos, Batman é dominado por uma febre muito alta que o faz ter “possíveis” alucinações das aparições de três fantasmas, sendo o Fantasma do natal passado: a Mulher-Gato, o Fantasma do natal presente: o Superman e o Fantasma do natal futuro: o Coringa.


(Arte completa da capa de Batman: Noel)

Não dá pra se dizer que Batman: Noel seja muito inovador no quesito adaptação, o roteiro chega a ser basicamente um homem contando conto para seu filho, o que funciona de forma excelente para a ideia proposta, mas ainda assim decepciona quem vai ler a HQ achando que vai encontrar um roteiro supreendentemente inovador. Entretanto, o que mais rouba a cena desta HQ é a arte sublime de Barbara Ciardo, que complementa de forma surpreendente a arte de Lee Bermejo, fazendo com que os quadros fiquem muito realistas, trabalhando de forma encantadora com as sombras e com as cores, deixando bem claro os contrastes e sentimentos que o quadrinho quer passar, chegando bem perto da imponência da arte do grandioso: Alex Ross.


(Arte presente na HQ, aonde mostra o encontro do Scrooge (Batman) com seu segundo fantasma: O Fantasma do Natal presente, aonde mostra o quão sublime e realista a arte da artista Barbara Ciardo pode ser, realmente uma imagem muito bela)

Batman: Noel, apesar de suas ressalvas por parte da história, é uma excelente leitura para entrar no clima natalino e um ótimo presente para se dar a um amante de quadrinhos neste natal, pois apenas pela arte compensa cada centavo gasto neste encadernado. Quem se interessar em comprar esta HQ encontra facilmente em qualquer site de compras de quadrinhos por um preço bastante acessível.


(Uma espécie de Making Off, muito presente nos encadernados publicados pela Panini Books hoje em dia, que mostra como Lee Bermejo e Barbara Ciardo planejaram algumas cenas e a caracterização de alguns personagens)

sábado, 22 de outubro de 2016

REVIEW : PLANETARY (1999 - 2003)

Planetary - os arqueólogos do impossível


A capa da primeira edição de Planetary em 1999

Imaginem uma história que permeia toda a cultura de um século XX, mostrando referências de cinema, quadrinhos, ciência, religião e ainda assim consegue te prender a cada página como poucos quadrinhos conseguem fazer com aqueles que a lêem, este meus caros é o mundo estranho de Planetary.


Esta imagem é mostrada na primeira edição de Planetary e é uma clara referência a briga que foi entre os personagens de Pulp Fiction e os Super-Herois, na época que eles chegaram ao mercado e logo conquistaram massivamente o publico, fazendo com que os personagens Pulp, fossem esquecidos.

Escrita por Warren Ellis (Transmetropolitan) e desenhada por John Cassaday (Surpreendentes X-men: Superdotados e Surpreendentes X-men: Perigoso), Planetary traz até os leitores a história secreta do Século XX e uma organização secreta, responsável por desvendar estes mistérios e ajudar a humanidade com eles, através de seus agentes de campo: Elijah Snow, um velho de cem anos de idade que perdeu a memória e aos poucos a recobra, Jakita Vagner, uma super-mulher extremamente poderosa e o Baterista, um receptor de qualquer informação presente ao seu redor (qualquer mesmo), porém há pessoas que não querem estas informações divididas com o mundo, se auto-intitulando: os 4, uma versão maligna do Quarteto Fantástico da Marvel. Além da trama trabalhar muito com referências, Planetary brinca muito com teorias de conspiração coisa que era muito rotineira no Século XX, podemos ver até mesmo pela organização secreta Planetary, e da forma como os 4 se transformaram.


O misterioso Elijah Snow (centro), a poderosa Jakita Vagner (esquerda) e o excêntrico Baterista (direita) 

Planetary é uma obra sem igual, Warren Ellis consegue conciliar com maestria uma história ousada com constantes referências e criticas sociais, tudo sem perder a genialidade e o ritmo da história, os desenhos de John Cassaday se entrelaçam perfeitamente com a trama enriquecendo ainda mais a leitura e deixando a experiência ainda mais mágica. Apesar de muitas vezes as histórias parecerem desconexas com a trama central, elas no final se mostram peças chaves para o entendimento da história, podemos dizer que esta é uma obra de detalhes, e mesmo assim o enredo consegue de forma inteligente e muito bem explicada conectar todos os detalhes apresentados na trama de forma exímia e complexa, mesmo para os desatenciosos ou aqueles que leem a história de forma rápida, não terão dificuldade de entender e se maravilhar com a complexidade da obra, porém vão perder toda a essência que faz a história ser tão interessante.


Atrás deles, algumas cenas de eventos importantes que aconteceram ao longo da trama

Apesar de Planetary ser uma obra muito renomada, houve um hiato na publicação de sua última edição (edição 27), que foi publicada apenas em 2009, enquanto a série havia parado na edição 26 em 2003. Devido ao seu grande sucesso e aceitação para o publico, Planetary ganhou diversos crossovers com diversos personagens dos quadrinhos, sendo deste o mais notável: Planetary & Batman, que ganhou uma republicação recentemente pela Panini Comics, mas isso é papo para uma outra resenha.


Cena de Planetary & Batman

Planetary é uma viagem impressionante por toda a cultura do Século XX, permeando toda a cultura de forma ousada e mágica, uma leitura imprescindível para qualquer leitor de quadrinhos ou de quem gosta de uma boa história.



"Esse é um mundo estranho"
"Vamos mantê-lo assim"
A frase mais marcante e que acabou se tornando um simbolo da série, dita pela primeira vez em Planetary #1

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O CAVALEIRO DAS TREVAS III - A RAÇA SUPERIOR


O cavaleiro das Trevas III - a raça superior, a despedida de Frank Miller dos quadrinhos.


(Primeira capa da história publicada no Brasil, o interessante é que caso o leitor não goste desta capa, ainda pode escolher entre mais quatro capas alternativas e escolher uma de sua preferência)

Muitos roteiristas já trabalharam com um dos personagens mais queridos da mídia mundial nos quadrinhos, tais como: Alan Moore, com a sua excelentíssima e controversa: Piada Mortal, a divisora de opiniões: O que aconteceu com o homem morcego, do excelentíssimo Neil Gaiman, Batman & Robin de Grant Morrison, Scott Snyder que recentemente marcou presença na fase dos novos 52,  e agora esta a frente de: Grandes Astros: Batman Rebirth (coisa para uma outra resenha). Entretanto ninguém marcou tanto a história do homem-morcego como Frank Miller com a sua derradeira obra: O cavaleiro das Trevas, que não impactou apenas o mundo do homem-morcego, como toda a narrativa de quadrinhos desde então.


(Capa da edição 3, aonde vemos o embate do Batman vs Superman, provavelmente um possível marketing para o filme, considerando que o embate mostrado no filme foi inspirado na primeira obra de Frank Miller)

O Cavaleiro das Trevas III, trás até nós a continuação dos arcos anteriores da saga. A história se centra basicamente na Kara, filha do Superman com a Mulher-Maravilha, que decide ajudar os cidadãos da cidade engarrafada de Kandor a se libertarem de sua estatura pequena, e procura o Ray Palmer (o átomo) e consegue reverter sua estatura para tamanho normal, entretanto metade da população não aguentou a reversão de tamanho e acabou morrendo, e como eles são kryptonianos, eles se tornam praticamente deuses, e decidem, a partir das palavras de seu líder (uma crítica social bem forte nesta parte da história) dominar a terra, porém Batman é o único a bater de frente com estes recém deuses, e a partir dai que a trama se desenrola.


(imagem da primeira edição de Cavaleiro das Trevas III, os traços de Andy Kubert são muito semelhantes ao dos primeiros trabalhos de Frank Miller)

Cavaleiro das Trevas III é uma história única com uma qualidade que a muito tempo não víamos de Frank Miller, alguns dizem que isto é resultado da parceria com Brian Azzarello, entretanto muitos falam que o escritor realmente gostaria de fazer algo que perpetua-se por toda a história para fechar com chave de ouro a sua carreira. Os desenhos da série regular não ficam nas mãos de Miller, mas sim nas mãos de Andy Kubert que consegue captar toda a narrativa da história com uma maestria sem igual e que em muitos aspectos consegue ficar idêntica aos desenhos antigos do escritor, dando aos leitores regulares das obras do escritor uma sensação de nostalgia. Há também alguns formatinhos que vem junto com a série regular, e que se passam no mesmo universo da série, só que com outros personagens do universo DC, que é também uma leitura divertida e nos ajuda a ter uma dimensão maior do impacto que os eventos da história causam no universo da história. O enredo ainda possui muito da identidade de Frank Miller como suas críticas sociais pesadas em relação a mídia e a sociedade em forma de conversas que enriquecem a trama, seja em programas de televisão ou em conversas de mensagem de celular, enquanto algumas cenas se desenrolam.



(Capa da primeira edição do formatinho que vem junto com a série regular e que ajuda a compreendermos as dimensões dos eventos que se desenrolam na série regular, cada edição vem com uma história paralela diferente) 


(capa de outra história paralela que vem junto com a saga regular, como podem perceber já é de outro personagem, desta vez nos traços do John Romitta Jr, cujos traços também lembram muito os de Frank Miller em sua época de ascensão nos quadrinhos)

As histórias do Batman nas mãos do Frank Miller (tirando Batman: Ano Um) são conhecidas por se passarem em um universo aonde há um tom extremamente exagerado de acontecimentos, principalmente no universo do Cavaleiro das Trevas, sempre com eventos grandiosos e lutas mais grandiosas ainda, e coisas que beiram o absurdo, entretanto sem perder a qualidade das histórias, ao menos era assim antigamente, depois de Sin City, Frank Miller decaiu de forma surpreendente se tornando um dos piores escritores da atualidade contradizendo seus primeiros anos revolucionários na mídia, com obras como: Grandes Astros: Batman & Robin e Holly Terror, que foram trucidadas pela critica e pelos fãs. Mas finalmente temos uma grandiosa obras em mãos, pelo menos nos parâmetros do escritor, como cada vez mais há a busca pela humanização dos personagens de quadrinhos, é bom termos uma obra que nos lembre como os quadrinhos começaram e se tornaram este sucesso mundial que é hoje em dia, apenas esperamos que a obra não acabe nos decepcionando nas últimas edições. O cavaleiro das Trevas III está disponível para compras em todas as bancas e livrarias do Brasil.


(Capa da próximo parte da história, que segundo os autores, terá muita violência gratuita no estilo de Frank Miller)